Você já ouviu falar sobre compostagem? Os amantes da jardinagem ou até mesmo os aprendizes na função “cuidadores de planta” com certeza devem ter ao menos uma leve ideia do que estamos falando. A compostagem nada mais é do que um processo biológico aeróbico (acontece com a presença de oxigênio) que ocorre com a ajuda de microrganismos, como fungos e bactérias, e transforma matéria orgânica em uma substância rica em nutrientes e extremamente fértil: o adubo orgânico. Sim, aquele fertilizante natural que as plantinhas amam e tanto precisam. Quer saber como esse processo acontece? Prepare o café e boa leitura!
Como ocorre a compostagem?
Normalmente, um ciclo completo de compostagem dura entre 90 e 120 dias e, para iniciar o processo, são necessários dois ingredientes principais: materiais ricos em carbono e materiais ricos em nitrogênio. No primeiro caso, as opções vão desde folha e capim seco até casca de árvore, serragem e feno. Enquanto para obter o nitrogênio, pode-se utilizar folhas verdes e sobras de alimentos, como talos de verduras, resto de frutas, cascas de ovo e até mesmo borra de café — uma excelente forma de reciclar aquele restinho de comida que iria parar no lixo, certo? Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, anualmente mais de 37 milhões de toneladas de lixo orgânico são descartadas incorretamente. Assim, a compostagem é a oportunidade ideal de fazermos a nossa parte e contribuirmos cada vez mais com a preservação do meio ambiente, já que, no Brasil, apenas 1% do material orgânico é reaproveitado.
Uma vez que os elementos de carbono e nitrogênio são agrupados (em uma composteira ou local dedicado especificamente para o processo), os microrganismos encontram ali o ambiente perfeito para metabolizar os materiais e decompor toda a matéria orgânica até que esta se torne uma substância homogênea, com uma textura semelhante à da terra.
Como fazer compostagem em casa?
Apesar de já existirem no mercado diferentes opções de composteiras, também é possível iniciar o processo de compostagem diretamente no solo do quintal, desde que seja um local plano, sombreado e protegido de correntes de água.
Uma vez escolhido o local, o primeiro passo é cortar a matéria rica em carbono e despejá-la espaçadamente na superfície, de modo a favorecer a aeração. Em seguida, é hora de despejar os ingredientes ricos em nitrogênio por cima da primeira camada de carbono. Depois basta ir alternando as camadas até chegar na altura desejada. Mas, é importante ficar atento: a última camada da pilha de compostagem precisa ser de materiais de carbono, como o capim seco, a casca de árvore e a folha de bananeira.
A proporção ideal da compostagem é de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio, ou seja, 30/1. O que significa que na massa de compostagem deve haver mais folha de bananeira e serragem do que restos de frutas, por exemplo.
Como cuidar da compostagem?
Compostagem criada, agora é hora de fazer a manutenção para que o resultado seja realmente bom e fértil. Nesse sentido, é necessário regar o composto periodicamente. A umidade garante a atividade dos microrganismos. Mas, calma! Nada de afogar a massa de compostagem, tá bom?
Uma boa dica para cuidar da sua compostagem e até mesmo acelerar o processo é adicionar minhocas na mistura. Esses animaizinhos são verdadeiros coringas, pois alimentam-se da matéria orgânica – digerindo o material e facilitando o trabalho dos microrganismos – e abrem túneis subterrâneos, criando passagens de oxigênio por toda a composteira.
Além do cuidado com a oxigenação e umidade, também é necessário se atentar aos materiais orgânicos que são adicionados à compostagem. Frutas cítricas, cebola, alho, carne, nozes, arroz, laticínios e derivados deste devem ficar de fora, posto que além de atrapalharem o processo de degradação também podem atrair vetores e causar mau cheiro.
Apesar de a compostagem ser um processo que pode durar meses, o resultado final não só contribui com o meio ambiente, devido à reciclagem dos resíduos orgânicos, como também favorece a adubação de hortas, jardins e daquelas plantinhas que ficam espalhadas pela casa – eliminando de uma vez por todas o uso de fertilizantes inorgânicos altamente prejudiciais à saúde e à natureza.